segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014



Eu te procuro. Em cada curva de sombra, em cada sorriso de canto de boca, em cada gargalhar. Eu te vejo. Te enxergo nas palavras de uma boa conversa, sentados na mesa, descompromissados, na companhia de um copo dourado, suado. Teus lábios movimentando a cada acorde de rock, o mexer dos cabelos, o sacolejar da cintura sinuosa no aperto de um forró. Te sinto no vai-e-vem frenético de um sexo intenso, no arfar suave de um amor sem pressa, rostos diversos, rostos plurais, mas eu te vejo. No amanhecer do dia, se olho pro lado, a cama vazia, eu te vejo. Se me sento à mesa e ponho o café, me preparo para o dia, e falo sozinho, converso contigo, desenho tuas respostas, te vejo. Em cada face, cada corpo feminino, todos diferentes, mas em cada um, você está lá. Por todas que eu já passei e que passaram por mim, pelo bem, pelo mal, repleta ou vazia, eu te buscava e parte de ti estava lá. Eu te via. Eu te vejo. Eu te busco. Num quebra-cabeças, eu te construo. Te imagino. Só não te conheço.

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